SINDIQUÍMICA

Taxa de desemprego recua no 3º trimestre de 2021 puxada pelo trabalho informal

Mesmo com queda na desocupação, desemprego ainda atinge 13,5 milhões de pessoas. Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (30/11) pelo Instituto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desocupação no Brasil recuou 1,6% do segundo para o terceiro trimestre este ano, ao atingir a marca de 12,6% nos meses de julho, agosto e setembro.

Com isso, o contingente de pessoas que buscam emprego no Brasil também caiu, mas ainda é alto, já que 13,5 milhões de pessoas estão desempregadas e em busca de um trabalho. Do outro lado, os ocupados chegaram a 93 milhões, com crescimento de 4% entre um trimestre e outro, sendo que destes 66,4% estavam empregados, 4,1% eram empregadores, 2,1% são trabalhadores familiares auxiliares e 27,4% pessoas que trabalhavam por conta própria.

“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho e nem buscava emprego”, avaliou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

A queda na taxa de desocupação vista nacionalmente é reflexo da redução do desemprego em todo país, já que em todas as regiões foi possível observar diminuição da taxa de desocupação. As cidades que possuem maiores taxas de desocupação são Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Rio Grande do Norte (14,5%).

Na análise do Ministério da Economia, o aumento da mobilidade e a da vacinação em massa da população brasileira proporcionam a retomada da atividade econômica. “Essa dinâmica se reflete no recuo da taxa de desocupação”, diz a conclusão da nota informativa da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta.

A expectativa da SPE é que nos próximos meses o nível de ocupação siga subindo, “puxado principalmente pelo aumento de participação do mercado informal, além da tendência positiva no mercado de trabalho formal”.

Perfil dos trabalhadores

A pesquisa do IBGE destaca que a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram do segundo para o terceiro trimestre deste ano estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%).

Além disso, houve aumento de 9,2% no número de trabalhadores domésticos, que chegou a 5,4 milhões de pessoas. Mesmo assim, esse número ainda é menor se comparado ao período pré-pandemia. No primeiro trimestre do ano passado, 6 milhões de pessoas eram trabalhadores domésticos.

Outra categoria que cresceu e atingiu o maior número desde o início da série histórica da pesquisa foram os trabalhadores por conta própria, que são 25,5 milhões de pessoas. Esse montante inclui os trabalhadores que não têm CNPJ, que cresceram 1,9% frente ao último trimestre.

Rendimento médio

Apesar do crescimento da ocupação, o rendimento real habitual do brasileiro caiu 4% frente ao último trimestre e foi de R$2.459. A análise de Beringuy indica que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores. “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, avaliou a coordenadora.

Fonte: Correio Braziliense