SINDIQUÍMICA
Saúde mental no trabalho: sintomas, cuidados e o papel do INSS
Veja como o RH pode cuidar da sua equipe e quais benefícios do INSS podem ser solicitados
A saúde mental no trabalho é uma característica que vem sendo cada vez mais valorizada e priorizada pelas organizações, especialmente após a pandemia.
Afinal, um ambiente saudável é capaz de trazer benefícios tanto aos colaboradores quanto à empresa.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada 1 dólar que as companhias investem em tratamento psicológico, há um retorno de 4 dólares em melhoria na saúde e na produtividade.
Ainda de acordo com dados da OMS, a depressão e a ansiedade geram um custo estimado de 1 trilhão de dólares por ano à economia global. Isso acontece devido à perda de produtividade que esses distúrbios causam.
Por isso e muito mais, cuidar da saúde mental no trabalho é fundamental! Acompanhe a leitura!
O que é a saúde mental no trabalho?
A saúde mental no trabalho pode ser definida como o estado mental e emocional no qual um colaborador se encontra. Ela também depende de como a pessoa reage a situações desafiadoras e se ela trata transtornos psicológicos, caso possua algum.
Logo, é possível afirmar que a saúde psicológica de um profissional varia de acordo com um conjunto fatores internos e externos (ambiente de trabalho, qualidade da comunicação, etc.).
Qual é a importância da saúde mental no trabalho?
Entenda que o trabalhador passa mais horas por semana no trabalho do que em casa com a família. Isso significa que a qualidade do ambiente de trabalho pode impactar diretamente no estado psicológico delas.
Por exemplo, um profissional que passa mais de 8 horas por dia em um espaço estressante, muito provavelmente irá desenvolver algum transtorno mental.
De acordo com um estudo feito pelo IBGE, os números assustam. Veja:
- 72% dos profissionais brasileiros sofrem com alguma sequela do estresse. Desse número, 32% desenvolveu Síndrome de Burnout;
- 49% possui depressão, com tendência de desenvolvimento da versão crônica;
- 90% praticam o presenteísmo — quando a pessoa está presente de forma física, mas seus pensamentos estão distantes.
Por isso é preciso que os RH (Recursos Humanos) construam medidas efetivas para evitar que os colaboradores da empresa entrem nessas estatísticas.
Atitudes para melhorar a saúde mental no trabalho
Dessa forma, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas, é possível melhorar com essas atitudes:
- Reduzir a taxa de turnover e absenteísmo;
- Aumentar a produtividade;
- Aprimorar o clima organizacional;
- Retenção de talentos na empresa;
- Aumento da criatividade e do engajamento.
Síndrome de Burnout
A síndrome de Burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional) é uma condição diretamente relacionada a jornadas de trabalho exaustivas e ambientes tóxicos.
Ela afeta principalmente profissionais com rotinas muito intensas e estressantes. Então, provoca sintomas físicos e psicológicos que, se não tratados, podem causar sequelas.
Alguns dos principais sintomas da Síndrome de Burnout são:
- Obsessão pelo trabalho;
- Falta de momentos de lazer;
- Insônia;
- Transtornos de ansiedade;
- Irritabilidade;
- Tensões musculares;
- Sentimento constante de fracasso e necessidade de se provar.
Assim, profissionais que estão desenvolvendo esse transtorno geralmente são vistos como workaholics, ou seja, viciados em trabalho, mas esse pode ser um indício de algo mais grave do que apenas o apego à função. É preciso procurar ajuda profissional e alertar o setor de RH.
Benefícios do INSS e a saúde mental
A ansiedade, depressão, síndrome do pânico e síndrome de Burnout são alguns transtornos mentais que impossibilitam o rendimento do trabalhador. Mas quem é segurado do INSS pode ter benefícios garantidos. Veja a seguir:
- Auxílio-doença
O segurado do INSS que paga suas contribuições têm como se beneficiar num momento deste que se sente incapaz de realizar suas atividades trabalhistas. São os benefícios que podem afastá-lo temporária ou permanentemente. Em relação à ansiedade, ela pode ser considerada uma doença psiquiátrica, a mais conhecida é a TAG (transtorno de ansiedade generalizada).
O auxílio-doença é um dos benefícios para os casos de ansiedade e depressão . Assim, o segurado pode receber o benefício após se afastar de suas atividades para se dedicar ao tratamento, até porque não pode ficar sem uma renda mensal para se sustentar e se tratar.
Para ter direito ao auxílio-doença é preciso ter a carência de 12 contribuições, estar incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias e estar na qualidade de segurado.
- Aposentadoria por Invalidez
É destinada aos segurados que estão incapacitados de forma total e permanente para o trabalho, inclusive para a reabilitação em outras funções/profissões.
Ou seja, a incapacidade do seu transtorno mental deve ser capaz de incapacitar totalmente o segurado, tornando impossível o exercício de atividades laborais. Costuma ocorrer com doenças psiquiátricas com grau grave, como o transtorno esquizoafetivo.
- Auxílio-acidente
As pessoas com transtornos mentais também podem ter direito ao Auxílio-Acidente. Mas isso ocorre em situações bem específicas. Um exemplo: A pessoa sofre um acidente no caminho do trabalho. Pode ser que não haja sequelas físicas a longo prazo, mas a pessoa pode começar a desenvolver síndrome do pânico ou ansiedade em conta do acidente.
Dependendo da situação, estas doenças podem se agravar ao longo do tempo, fazendo com que haja sequelas pelo resto da sua vida. Pode ser que a pessoa continue trabalhando, mas somente o perito do INSS poderá dizer e dar um diagnóstico final ao caso.
- Aposentadoria
De acordo com a lei, é considerada pessoa com deficiência aquela que possui impedimentos a longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que impossibilitem sua participação de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Por fim, uma vez constatada esta situação, o segurado terá direito à aposentadoria de pessoa com deficiência. Esta pode ser por idade e por tempo de contribuição. o caso é que este tipo antecipa o tempo de solicitação do benefício. Quanto mais grave, mais cedo a pessoa consegue se aposentar.
Fonte: Jornal Contábil