SINDIQUÍMICA

Oficina de Formação da CUT se encerra com planejamento de estratégias para 2025

Evento da SFN em parceria com a DGBBW reuniu lideranças sindicais da formação para discutir estratégias e ação frente às transformações do mundo do trabalho

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A Oficina Nacional de Planejamento do Projeto de Formação de Formadores e Formadoras Continuada: “Educação, Organização e Ação para as novas estruturas de trabalho no Brasil”, que encerrou nesta sexta-feira (14), foi marcada por intensos debates sobre as novas formas de trabalho de base e a disputa de hegemonia no contexto das transformações do mundo do trabalho, além do planejamento de ações para 2025.

O evento, promovido pela Secretaria Nacional de Formação (SNF/CUT) em parceria com a DGB Bildungswerk (DGBBW), organização de educação continuada da Confederação Alemã de Sindicatos (DGB), reuniu secretários e secretárias estaduais de Formação e Ramos da CUT, coordenações das Escolas Sindicais, equipe nacional de Formação, além de convidados e convidadas.

Compartilhamento de experiências de base e formação

O segundo dia começou com uma feira de experiências, onde representantes de alguns ramos da central (CNM, CNTE e Contraf) e das seis escolas sindicais da CUT compartilharam suas vivências de formação e trabalho de base. Através de fotos, materiais e elementos simbólicos, os participantes puderam conhecer e trocar experiências sobre as diferentes realidades e desafios enfrentados em cada local.

Debate sobre disputa de hegemonia e trabalho de base

Em seguida, o educador popular Claudio Nascimento conduziu um debate sobre disputa de hegemonia e trabalho de base, destacando a importância de repensar as formas de organização e ação diante das transformações no mundo do trabalho.

O educador apontou diversos desafios enfrentados pelo movimento sindical, como a necessidade de mobilizar a juventude, utilizar as novas tecnologias de forma estratégica e combater a influência da extrema direita, que tem ocupado espaços importantes na sociedade.

Nascimento enfatizou a necessidade de o movimento sindical desenvolver novas metodologias de formação “Não é simplesmente dizer ‘nós temos que voltar para as bases’, porque as bases mudaram, nós precisamos voltar com os instrumentos que já desenvolvíamos, mas precisamos dar outra capacidade para esses instrumentos”, concluiu Nascimento.

Priscila BaadePriscila Baade

Avaliar e planejar para fortalecer a formação

A Secretária-Adjunta de Formação da CUT, Sueli Veiga de Melo, apresentou um balanço das ações da Secretaria Nacional de Formação, destacando os pontos fortes, as oportunidades, as fragilidades e as ameaças para a formação.

Entre os pontos fortes, Sueli citou a realização do Plano Nacional de Formação, o fortalecimento da Rede Nacional de Formação e a execução da Formação de Formadores. Ela também mencionou os ataques permanentes da extrema direita e a falta de financiamento como desafios “Nós gostaríamos de ter feito muito mais, mas, na nossa avaliação, fizemos muito com o pouco recurso que tínhamos. Esperamos encontrar instrumentos de financiamento da nossa formação para avançarmos ainda mais”, afirmou Sueli.

Na sequência, a Secretária Nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, apresentou o plano de ações da Formação para 2025. Bertotti destacou que a formação precisa de estratégia “A formação não é uma política em si mesma, ela precisa estar ligada às ações e estratégias da CUT”.

Rosane Bertotti | foto: Priscila BaadeRosane Bertotti | foto: Priscila Baade

Nas ações planejadas para este ano, Bertotti reforçou que a formação estará alinhada com eventos importantes, como a 17ª Plenária Estatutária da CUT, o Dia do Trabalhador e o Grito dos Excluídos. Outra ação de destaque será a realização de ciclos de formação e diálogo sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), com o objetivo de debater a importância do evento, que acontecerá em novembro deste ano no Pará, para a classe trabalhadora.

A programação de quinta-feira (13) encerrou com trabalhos em grupo por regiões e ramos, onde os participantes se dividiram para avaliar o plano de ações da SNF para 2025, definir as contribuições das escolas da CUT, secretarias estaduais e ramos para a formação da central e planejar as ações prioritárias para fortalecer a formação. Em seguida, alguns grupos apresentaram os resultados dos debates feitos.

A programação da oficina encerrou na manhã sexta-feira (14) com o restante das apresentações dos planos de formação das regionais e ramos.

A Secretária Nacional de Formação da CUT avaliou que a oficina de três dias foi essencial para efetivar a ação da formação para o próximo período “A organização desse encontro resume a construção coletiva da Formação. Nossa oficina resultou no Plano de Formação da CUT Nacional, envolvendo as escolas sindicais, as secretarias estaduais de formação e ramos, compreendendo a importância da formação de base como uma política estratégica da organização da nossa central”.

DGB envia carta de presença

A DGB Bildungswerk, organização parceira do projeto, não conseguiu enviar um representante para participar da Oficina Nacional de Planejamento, mas enviou uma carta de presença que foi lida durante o evento.

Leia a carta abaixo:

Companheiras e companheiros CUTistas,

Escrevemos esta breve saudação diante da impossibilidade de nossa presença física. Discutimos entre nós, Flávia Silva e Flávia Nozue, como poderíamos superar essa barreira. E foi quando surgiu a ideia da carta que demos o nome de “carta de presença”.

Em um momento de ascensão da extrema direita e do conservadorismo no mundo, que traz consigo retrocessos no campo dos direitos humanos, sociais e laborais, especialmente dos grupos minorizados politicamente – mulheres, jovens, pessoas negras e LGBTQIAPN+, este projeto é uma forma de resistência e luta.

Acreditamos que a diversidade e a inclusão são pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Por isso, apoiamos com entusiasmo este projeto, que busca também fortalecer a representatividade e a capacidade de mobilização de trabalhadores e trabalhadoras informais, por meio do programa de formação de formadores/as realizado pela rede de formação.

A oficina de planejamento que vocês estão participando é um passo essencial para definir as estratégias e ações que levarão ao sucesso do projeto. Reconhecemos a importância do trabalho desenvolvido nas regiões, e estamos confiantes de que, juntos(as), podemos alcançar os objetivos propostos.

Acreditamos que a formação de formadores/as é uma estratégia poderosa para construir o conhecimento de maneira coletiva e fortalecer a capacidade de liderança e mobilização de trabalhadoras e trabalhadores. Ao investir na formação de líderes comprometidos(as) com a inclusão e a diversidade, estamos construindo um futuro mais justo e igualitário para todos(as).

Desejamos a vocês uma oficina de planejamento produtiva e inspiradora. Que este seja um momento de troca de ideias, aprendizado e construção coletiva.

Saudações fraternas,

Equipe DGB BW América Latina

Fonte: Cut