SINDIQUÍMICA

Desafios no trabalho de base e era digital são focos da oficina de formação da CUT
Oficina realizada em parceria com a DGB Bildungswerk (DGBBW), reúne, até sexta (15), em Florianópolis, representantes de todo o país para fortalecer trabalho de base e enfrentar desafios do mundo do trabalho
Com muita mística e representações de todas as regiões do país, teve início, na tarde desta quarta-feira (12), a Oficina Nacional de Planejamento do Projeto de Formação de Formadores e Formadoras Continuada: “Educação, Organização e Ação para as novas estruturas de trabalho no Brasil”. O evento, promovido pela Secretaria Nacional de Formação (SNF/CUT) em parceria com a DGB Bildungswerk (DGBBW), organização de educação continuada da Confederação Alemã de Sindicatos (DGB), tem como objetivo fortalecer o trabalho de base e preparar os sindicatos para os desafios do mundo do trabalho na era digital.
A secretária nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, abriu o encontro destacando a importância da formação para fortalecer o trabalho de base e disputar a hegemonia. “Estamos vivendo um período em ao mesmo tempo em que avançamos com melhorias na economia e para os trabalhadores, vivemos o avanço do fascismo e da extrema direita. Neste contexto, é preciso disputar a hegemonia e conquistar mentes e corações, e isso se faz com organização e formação”, afirmou Rosane.
Na primeira mesa de debates do encontro, a análise de conjuntura contou com a participação do jornalista e editor da Revista Fórum, Renato Rovai, e de Juan José Guilarte, do Escritório de Atividades para Trabalhadores e Trabalhadoras do Cone Sul, da Organização Internacional do Trabalho (ACTRAV/OIT).
Ocupar as redes para disputar a hegemonia
O jornalista Renato Rovai destacou a transição da era industrial para a informacional, ressaltando que essa mudança altera profundamente as relações sociais e econômicas. Ele alertou para a captura da internet pelo grande capital e pelas big techs, que utilizam as redes sociais para disseminar ideologias de extrema direita e influenciar eleições.
Para Rovai, o movimento sindical precisa se reinventar e utilizar as redes sociais para disputar a hegemonia, divulgando pautas claras e objetivas, como o fim da escala 6×1. “A grande disputa não está mais acontecendo nas ruas, agora é nas redes”, afirmou o jornalista. Ele também defendeu que a CUT deve aproveitar as oportunidades para se inserir nas redes, mesmo sabendo que elas são controladas pela extrema direita. “Não tenham medo de radicalizar. A sociedade está pronta para a disputa”, concluiu Rovai.
Renato Rovai e Juan Guilarte | foto: Priscila Baade
Experiências de formação e novas tendências para fortalecimento organizativo
Juan José Guilarte falou sobre as experiências de formação e novas tendências para o fortalecimento organizativo. Guilarte destacou o impacto da inteligência artificial e das habilidades digitais na transformação do mundo do trabalho, e a necessidade de adaptar a formação sindical a essa nova realidade. “Hoje as habilidades digitais estão modificando a maneira como produzimos”, afirmou.
Juan enfatizou a importância de vincular a formação à ação sindical, de forma estratégica e conectada, e apresentou algumas estratégias para o fortalecimento organizativo, como a criação de espaços de participação de base, a comunicação eficiente, o mapeamento estratégico de setores potenciais e a renovação sindical “É preciso dar espaço para a juventude, mas sem deixar de lado os dirigentes que já tem experiência”.
Apresentação dos balanços das Escolas Sindicais, Ramos e SNF
Para encerrar o primeiro dia da oficina, coordenadores das seis escolas sindicais da CUT, da Escola de Turismo e Hotelaria, representantes da formação de alguns ramos, como metalúrgicos, servidores públicos municipais e trabalhadores em educação, e a Secretaria Nacional de Formação apresentaram um balanço das diversas atividades realizadas nos dois últimos anos. Além de mostrar o que foi feito, foram debatidos os avanços e desafios para a organização da formação no último período.
O encontro, que segue até sexta-feira (14), reúne secretários e secretárias estaduais de Formação e Ramos da CUT, coordenações das Escolas Sindicais, equipe nacional de Formação, além de convidados e convidadas.
Os objetivos da oficina são apresentar o balanço do Plano Nacional de Formação (PNF) e dos Planos Regionais de Formação, socializar experiências de trabalho de base, debater os desafios do trabalho de base na disputa de hegemonia e consolidar o plano de ação nacional e os planos regionais de 2025.
Fonte: Cut