SINDIQUÍMICA

Bayer investe R$ 22 milhões no País

Em cerimônia de inauguração de laboratório da companhia no Brasil, Mapa promete velocidade para liberar moléculas

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Empresa já investiu R$ 31 milhões desde 2011 no País em desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para o agronegócio

Paulínia (SP) – De um lado, empresas multinacionais de agroquímicos em busca do desenvolvimento de novas moléculas para produtos que encarem com eficiência doenças, pragas e plantas daninhas no País. Do outro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ainda atuando de forma muito letárgica no momento de liberar tais moléculas, com prazos que demoram, em média, entre seis e oito anos.
Um entrave que ficou bem nítido durante a inauguração dos Laboratórios de Monitoramento de Resistência a Fungicidas, Herbicidas e Inseticidas (FHI) e o Centro de Tecnologia de Aplicação da Bayer CropScience, em Paulínia (SP), no início do mês. A empresa alemã investiu no Brasil R$ 22 milhões apenas em 2015 – e R$ 31 milhões desde 2011 – com a expectativa de desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para o agronegócio, principalmente na agricultura tropical. A ministra do Mapa, Kátia Abreu, participou do evento e anunciou mecanismos para desburocratizar esse processo.
A ideia da Bayer é conduzir, no FHI, trabalhos de monitoramento de resistência de espécies de fungos, plantas daninhas e insetos inseridos no contexto da agricultura tropical, desenvolvendo soluções para o manejo das lavouras. No Centro de Tecnologia, a empresa viabilizará a aplicação adequada de seus defensivos agrícolas nas lavouras. Além disso, haverá uma plataforma colaborativa para estabelecer parcerias público-privadas de pesquisa e inovação.
O presidente da Bayer CropScience na América Latina, Eduardo Estrada Whipple, destacou que em áreas cuja característica são altas temperaturas e umidade é preciso desenvolver necessidades específicas, criando tecnologias com velocidade para atender o mercado. “A tarefa é gigante e por isso assinamos um termo de colaboração junto à Embrapa. A parte regulatória (de novas moléculas) demora demais no Brasil, entre seis e oito anos, enquanto no Hemisfério Norte são, em média, três anos. Assim, sobram poucas alternativas porque a inovação não entra na velocidade que a gente quer”.
Com o intuito de diminuir esses longos prazos, a ministra Kátia Abreu anunciou durante o evento – ainda que de forma genérica – que vai criar mecanismos para desburocratizar o Registro Experimental Temporário (RET) de agroquímicos utilizados na agricultura, com o intuito de reduzir o prazo do registro final dos produtos. “Isso (o longo processo) desestimula a pesquisa e inovação. Nós temos que simplificar todo o procedimento até a decisão do pesquisador e do teste da molécula”.
A ministra também disse que duplicará o número de pesquisadores que realizam a análise de tais produtos antes da liberação comercial. “Cada técnico analisa 40 processos por ano. Duplicaremos a quantidade de agrônomos para que tenhamos um número maior de produtos analisados. Temos não mais de que 100 técnicos operando agroquímicos no país e ainda vamos formar pessoas no Brasil todo para multiplicar esses operadores”, finalizou.

Fonte: Folha Web

 

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