SINDIQUÍMICA

Quem tem perícia médica agendada vai precisar remarcar exame, diz gerente do INSS

Raimundo Pereira foi à agência em Copacabana, mas estava fechada

Depois de quase seis meses fechadas, as agências do INSS de todo o país começaram a reabrir nesta segunda-feira (dia 14), mas o retorno foi marcado por muitos problemas, filas e frustração. A maioria dos segurados não conseguiu atendimento, mesmo tendo seguido a orientação do governo de agendar horário, porque a perícia médica, serviço mais esperado, não voltou. A direção do órgão informou que, por ora, os serviços de perícia estão suspensos.

— Quem tiver agendado a perícia médica para a próxima semana nas agências da capital não compareça, porque não vai haver. É preciso remarcar o procedimento por meio do (portal ou aplicativo) Meu INSS ou do telefone 135 — diz Caio Figueiredo, gerente executivo do INSS.

Médicos reclamam de falta de condições

A Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP) concluiu que apenas 12 das 800 agências que fazem perícias têm condições de oferecer o exame com segurança e decidiu que os peritos não retomariam os serviços para evitar congestionamento nas unidades. A perícia é necessária para receber auxílio-doença, retornar ao trabalho depois de um afastamento ou pedir aposentadoria por invalidez.

Existem cerca de 750 mil pessoas aguardando pelo procedimento e, segundo o INSS, somente nesta segunda-feira, sete mil deixaram de ser atendidas.

— Estou desde maio sem receber e não consigo fazer a perícia. Fiz uma cirurgia de risco na barriga e sou pedreiro, não tenho como voltar a trabalhar. Sempre paguei INSS para ter meus direitos e não consigo nem informação — reclama Raimundo Pereira da Silva, de 63 anos, que foi sem sucesso à agência de Copacabana.

Reabertura parcial

Na última sexta-feira, o INSS anunciou a reabertura de 547 das 1.600 agências em todo o país para atender serviços que não podem ser realizados remotamente, como perícia; cumprimento de exigências; justificação administrativa ou judicial para comprovação do tempo de serviço; avaliação social; e reabilitação profissional.

No Rio, os segurados se depararam com agências fechadas nos horários em que deveriam estar funcionando. O INSS informou que no estado 25 agências funcionariam — quatro delas na capital: Praça da Bandeira, Avenida Brasil, Miguel Lemos (Copacabana) e Méier.

O presidente do INSS, Leonardo Rolim, disse à GloboNews que a prioridade é a segurança sanitária e que o atendimento remoto continua. Na agência da Praça da Bandeira, depois das 8h foi formada uma fila esperando a abertura dos portões, apesar de o INSS ter informado que o funcionamento seria a partir das 7h. Em Copacabana, na Miguel Lemos, por volta das 11h, as portas estavam fechadas.

Fonte: Extra