SINDIQUÍMICA

Mercado estima que inflação feche em 7,46% este ano

Já para o PIB, a perspectiva de retração aumentou de 3,50% para 3,54%

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O mercado financeiro fez, na última semana um movimento de revisão para baixo das expectativas de inflação. A mediana das projeções para o IPCA de 2016 teve uma queda no Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (14), pelo Banco Central. Agora, a taxa está em 7,46%, ante 7,59% da semana passada e de 7,61% de quatro semanas atrás.

O Banco Central já vem informando que vai focar, não mais 2016, mas em 2017 na tarefa de levar a inflação para o centro da meta. No caso do ano que vem, a mediana permaneceu em 6,00%, mesmo patamar registrado há quatro edições do documento.

No Top 5 de 2016, o ponto central da pesquisa ficou em 7,69%, contra 7,95% da última semana. Há quatro semanas, essa mediana estava em 8,13%. Para 2017, o grupo dos analistas que costumam acertar mais as estimativas manteve a perspectiva para o IPCA de 6,50%. Quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 6,40%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em dezembro passado, a estimativa do BC para o IPCA de 2016 estava em 6,2% no cenário de referência.

Para a inflação de curto prazo, a estimativa para março teve uma leve queda, de 0,55% para 0,54% de uma semana para outra, ante taxa de 0,58% verificada há um mês. No caso de abril, a taxa ficou em 0,65%, mesmo valor da semana passada. Quatro semanas atrás estava em 0,66%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 6,70% para 6,61% – quatro edições atrás estavam em 6,81%.

Preços administrados

As projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2016 estão estáveis. De acordo com o Relatório Focus, a mediana das expectativas para este ano ficou mantida em 7,40% nesta semana, mesmo valor do documento anterior. Estava em 7,70% há quatro semanas.

Para 2017, a mediana das estimativas para os preços administrados também permaneceu estável, estimada em 5,50% nesta, na última semana e no mês passado. Os valores foram mantidos, apesar de o Banco Central contar com uma forte desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016.

Em sua última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central revisou para baixo sua projeção para os preços administrados deste ano e manteve as expectativas para 2017. Na ata divulgada na semana passada, o Copom alterou a previsão de uma elevação de 6,3% para uma alta de 5,9% neste ano. Para 2017, a expectativa apresentada é de uma alta de 5,0%.Para chegar a essa nova variação para este ano, o BC considerou hipótese de variação de 9,9% nas tarifas de ônibus, além de um recuo de 3,5% nos preços de energia elétrica (a última ata contava com uma alta de 3,7% na energia).

PIB

Analistas do mercado financeiro revisaram mais uma vez para baixo suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016. A perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 3,50% para 3,54%. Há um mês, a mediana das projeções estava em 3,33%.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em dezembro, o BC revisou de -2,7% para -3,6% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Para 2017, a previsão de crescimento do PIB permaneceu em 0,5% – um mês antes, a expectativa era de uma alta de 0,59%. Já a mediana das expectativas para a produção industrial de 2016 saiu de -4,5% para -4,45% – um mês antes estava em -4,20%. Para 2017, passou de 0,57% para 0,50%. Há quatro semanas, estava em 1,50%.

No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2016, a projeção dos analistas passou de 41,05% para 41,00% – quatro edições antes estava em 40,70%. Para 2017, a taxa foi passou de 45,20% para 45,00% – um mês antes estava em 44,00%.

Superávit comercial

O Relatório Focus revelou, ainda, que as estimativas dos analistas para a balança comercial de 2016 passaram de US$ 39,85 bilhões para US$ 41,20 bilhões. Quatro boletins atrás, estava em US$ 36,10 bilhões. O ponto central da pesquisa de 2017 passou de US$ 41,26 bilhões para US$ 43,20 bilhões – quatro edições atrás do documento, estava em US$ 39,30 bilhões. Já as previsões de déficit para a conta corrente de 2016 passaram de US$ 29,26 bilhões para US$ 24,10 bilhões – um mês antes estava em US$ 32,10 bilhões. Para 2017, a perspectiva de saldo negativo foi alterado de US$ 24,25 bilhões para US$ 19,41 bilhões – um mês antes estava em US$ 26,75 bilhões.

A mediana das previsões para o Investimento Direto no País (IDP) em 2016 ficou mantido em US$ 55,00 bilhões, mesmo valor de um mês atrás. Para 2017, passou de US$ 57,50 bilhões para US$ 56,25 bilhões. Quatro semanas atrás, estava em US$ 60 bilhões.

Selic

O mercado financeiro manteve as expectativas para a taxa básica de juros da economia. O Relatório de Mercado Focus projeta que a taxa básica de juros encerrará 2016 em 14,25% ao ano, mesma taxa registrada no documento passado, também igual ao valor atual da Selic.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado manteve a Selic inalterada, mas com dois votos dissidentes de alta (0,50 pp). O foco do Banco Central para a meta de inflação é o ano de 2017. Para o ano que vem, o mercado espera que a taxa Selic termine o período em 12,50% ao ano, mesma taxa apontada na última semana. Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, a estimativa para 2016 ficou mantida em 14,00% aa. Um mês atrás, a mediana das projeções estava na mesma posição.

Corte

Apesar de ter aumentado a corrente dos analistas que dizem esperar uma queda da Selic ainda este ano, o mercado financeiro continua a prever um corte da taxa básica de juros apenas em janeiro de 2017Segundo a abertura do Relatório de Mercado Focus, feita às 9h desta segunda-feira, não houve alteração em relação ao prognóstico feito uma semana antes. De acordo com o levantamento, os juros vão se manter nos atuais 14,25% ao ano ao longo de todo 2016. A redução de janeiro também segue na mesma magnitude de 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.

A mudança que foi vista de uma semana para outra é no mês de abril do ano que vem. No lugar de uma taxa de 13,13% – que já apontava uma divisão das apostas, agora aparece o porcentual de 13,00%. Para julho de 2017, o dissenso da semana passada (12,88%) também tomou o rumo de uma taxa menor: 12,75% ao ano. Para setembro, no lugar da mediana de 12,50%, o mercado aponta agora para 12,13%, o que indica que novas revisões para baixo podem ocorrer para esse mês nas próximas semanas.

O mercado vinha dizendo que, dadas as condições da economia, com a atividade em recessão, o Banco Central não teria outra saída se não a de cortar juros no futuro. O BC, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, reforçou que não há em seu cenário essa possibilidade para levar a inflação à meta de 4,5% em 2017. Mesmo assim, economistas mantiveram o discurso, que não apareceu ainda no boletim Focus.

Fonte: Época Negócios